domingo, 27 de janeiro de 2008

SANTIAGO - RETA FINAL

De Pucón, onde nao deu para escalar o Villarrica por causa do forte vento, seguimos direto para Santiago pela Ruta Nacional 5, autoestrada, uma barbada. Nos hospedamos em um bairro alternativo, chamado Paris-Londres, uma ilha de tranquilidade em meio ao centro, junto da Igreja de Sao Francisco. Ontem fomos até Isla Negra e Valparaíso, onde visitamos duas das casas de Pablo Neruda - Isla Negra e La Sebastiana. Na primeira, com uma vista lindíssima do mar, o poeta deu asas à imaginaçao - brincou, construindo-a como se fora um barco, onde dizia que navegava. Segundo Pablo, um menino que nao brinca, nao é um menino - e um homem que nao brinca, perdeu para sempre o menino que trazia dentro de si. La Sebastiana, em Valparaíso, é uma homenagem à cidade e suas casinhas encarapitadas nos morros. Também tem uma linda vista e vários andares. Ambas têm muitos objetos de arte, decoraçao e coisas pitorescas que o poeta colecionou duante a vida de diplomata.



Hoje pensamos em visitar o Museu de Arte Pré-colombiana e ter uma tarde mais tranquila, já que amanha Dalva, Mahima, Giulia e Guilherme seguem para Brasília de aviao. Caberá ao Marcelo e ao Coutinho concluírem a viagem de carro. A Karukinká estará sempre presente em nosssas lembranças - foram muitos os momentos de plena beleza e contatos maravilhosos com essa natureza exuberante que os Andes proporcionam à nossa bela América do Sul. Nossos beijos e abraços a todos.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

CARRETERA AUSTRAL

O PARQUE QUEULAT - A partir de Cochrane, subimos a Carretera passando pelo Lago General Carrera. Depois de uma passada em Coyaique, chegamos ao Parque Nacional Queulat. Montanhoso e com vegetação exuberante, possui lindos ventisqueiros (formados por neve nas montanhas) e cachoeiras. Sua grande atração, o Ventisquero Colgante, nos brindou com uma das paisagens mais belas da viagem. Pendurado entre montanhas, forma cachoeiras consideradas das maiores da Patagônia, e rios cujas águas são de um azul incrível. Chegamos ao anoitecer e usamos lanternas pelo curto caminho de mata fechada até o local onde se vislumbra toda essa maravilha. Bom demais!
O PARQUE PUMALÍN - Dormimos em Puyuhuapi, um vilarejo de origem alemã, com termas e uma fábrica de tapetes artesanal que não conseguimos visitar - era domingo e não abriu. Paramos em Chaitén, um pouco maior, onde compramos os bilhetes para o transporte de barco da Caleta Gonzalo a Hornopirén. Continuando pela Carretera, entramos no Parque Pumalín e seguimos até a Caleta Gonzalo, onde pegaríamos o transbordador na manhã seguinte. O Parque, de propriedade de um americano que comprou as terras para conservá-las, é simplesmente maravilhoso! A mata, completamente preservada, tem muitos alerces – a 2ª árvore mais longeva do planeta – há exemplares com até 4.000 anos. O Parque conta com campings, trilhas, cabanas, e um café – tudo de extremo bom gosto e rusticidade.


O GRAN FINALE – Depois de uma noite com muita chuva em cabana e camping da Caleta Gonzalo, pegamos o barco até Hornopirén. A travessia de 5 horas foi bem chata e seguida por outra de 30 minutos, com fila de espera, até La Arena. Mas, depois desses momentos pouco atrativos, fechamos com chave de ouro nosso ciclo “vida selvagem, nada de asfalto”. Decidimos nos desviar um pouco e entrar para conhecer um Lodge de montanha em um parque particular vizinho ao Parque Nacional Alerces Andinos. O guia Turistel dizia que era cercado por alerces milenares e ficamos a fim de conferir essa história. Para nossa surpresa, era uma trilha onde o 4x4 era indispensável – em uma serra, estreita, de pedras, em meio a uma mata fechada cheia de alerces, seguiu subindo por 12 km –, do nível do mar a 800m. Cruzamos com um funcionário do Lodge que nos deu a dica de visitarmos o Tata, um alerce de 4.000 anos.

Foi emocionante conhecer esse venerável ser e ter a clara percepção de nossa impermanência nesse planeta e dos excessos de nossa arrogância...

Fomos super bem recebidos no Alerce Montain Lodge, onde nos mostraram as trilhas, as acomodações e serviram um lanche que chamam de once. O lugar é incrivelmente lindo e exclusivo. Todo mundo queria ficar lá aquela noite, mas a vontade passou rapidinho quando vimos o preço da diária – módicos U$S 250 – por pessoa.

A VOLTA À CIVILIZAÇÃO Os bichos do mato voltaram ao asfalto e à civilização achando tudo muito estranho... dormimos na charmosa cidade de Puerto Varas, às margens do imenso Lago Llanquihue. Pela manhã passeamos e visitamos o vulcão Osorno, cercado pelos vulcões Cabulco e Pontiagudo. Seguimos para Pucón, aos pés do vulcão Villarrica. Faz muito calor, está tudo apinhado de gente, as “praias” de lago estão lotadas, há muitos brasileiros. Havíamos feito uma reserva para o Marcelo e o Gulherme escalarem o Villarrica hoje. Eles foram até a base do vulcão, mas o vento forte levou ao cancelamento da escalada. Ficou para amanhã. Está fazendo um calor enorme. Deu até saudades do frio...

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Fotos ...

Bem, chegamos a Puerto Varas ontem por volta das 22h30.
Por hora, algumas fotos ... (para ampliar, clique nas fotos)
Abracos a todos que viajam conosco...

Parque Nacional Torres del Paine - Chile

Sim, parece pintura, mas nao é ...




Gui e Giu
Glaciar Grey (Torres del Paine)


Nóisi no Torres del Paine ...

Estradinhas ...


Glaciar Perito Moreno


Treking no Perito Moreno



Dalva e Guilherme

Treking rumo ao Fitz Roy (El Chalten)



El Chaltén - Chile



Rota 40 - Argentina, rumo ao norte, sobre rípio ...

Cova de las Manos - Argentina

PessoAll ... mais tarde publicaremos mais fotos e o relato dos últimos dias ...

sábado, 19 de janeiro de 2008

RESOLVEMOS PERCORRER A CARRETERA AUSTRAL TODINHA

Fotos ... só quando encontrarmos uma internet "rápida" ... sorry ...
PRIMEIRO, PONDO AS COISAS EM DIA...
Depois de El Calafate, seguimos pela famosa Ruta 40 para El Chaltén, a cidade mais jovem da Argentina, que já deixou de ser um vilarejo. Cercada de montanhas, é a capital nacional do trekking e mundialmente conhecida pelos cerros Fitz Roy e Torre, montanhas simplesmente mágicas, que se revelaram por inteiro depois de um dia todo encobertas. Nossos bravos Dalva e Guilherme representaram a Karukinká em um trekking.

A CUEVA DE LAS MANOS
Seguimos pela Ruta 40 até Bajo Caracoles. A Ruta começa a ser asfaltada, e certamente vai perder sua aura de aventura – uma pena. Visitamos a Cueva de las Manos, um sítio arqueológico com pinturas rupestres cheias de mãos pintadas em negativo. A cova fica em um cânion maravilhoso, do rio Pinturas, em um cenário de muita beleza.

PASO ROBALLO
Seguimos para o Chile pelo Paso Roballo, em uma estradinha linda. O vale dos guanacos, é cheio de animais pelo caminho – vimos um gambá patagônico. Entramos na Carretera Austral e seguiríamos para o norte depois de Cochrane, Acontece que o dono de um restaurante de Cochare nos disse que perderíamos o trecho mais bonito da Carretera, que era para o sul. Também recomendou que conhecêssemos a Caleta Tortel, uma vila em palafitas em um penhasco à beira do mar que não tem ruas, somente passarelas em madeira, onde não trafegam veículos. Não resistimos... planos mudados, resolvemos ir até a Villa O’Higgins, onde termina a Carretera e percorre-la toda, do fim para o começo...

A CARRETERA AUSTRAL

E que mudança! A Carretera em seu trecho final é simplesmente deslumbrante, com curvas que serpenteiam por penhascos da Cordilheira dos Andes e uma floresta belíssima. Dormimos duas noites em uma cabana super simples, único local para se ficar em Puerto Yungai, um acampamento com luz de gerador, apagada à meia noite, uma dezena de habitantes. Lá a Carretera é interrompida e se pega o barco para prosseguir até a Villa O’Higgins, um vilarejo de cerca de 400 habitantes. A partir de então não há mais estrada para se prosseguir para o sul. A Caleta Tortel é bonitinha, vale a visita, mas não era tão imperdível quanto anunciado. Imperdível mesmo era a Carretera... Depois de tanta aventura, tomamos o rumo norte para percorrer a Carretera até seu marco zero, em Puerto Montt.

domingo, 13 de janeiro de 2008

TORRES DEL PAINE. DEPOIS, PERITO MORENO

TORRES DEL PAINE
Atualizando nossa epopéia:
Depois de Puerto Natales, ainda no Chile, passseamos 2 dias pelo Parque Torres del Paine, com tempo para apreciar suas indescritíveis belezas. O Maciço Paine é uma cordilheira belíssima, independente da Cordilheira dos Andes. Suas atraçoes principais ficam em pontos separados e sao o Paine Grande e as Torres que dao nome ao Parque. Aliás, paine significa azul claro na língua mapuche. O primeiro lugar que visitamos foi o Glaciar Grey, que retrocedeu bastante nos últimos tempos. Dormimos no Parque em uma Pousada super simples, cheia de mochileiros de diversas partes do mundo que vêm para cá fazer trekking - muitos deles nao sao jovenzinhos nao.
A beleza do Salto Grande é impressionante...
O caminho que se percorre de carro pelo Parque proporciona belas vistas. As crianças têm se divertido com a presença constante de animais como o guanaco e a lebre. No Parque eles viram também um casal de huemul e papagaios austrais.
CALAFATE E PERITO MORENO
De volta à Argentina, fizemos de El Calafate, cidadezinha às margens do Lago Argentino, nossa base. Daqui se conhece o Parque Nacional Todos los Glaciares e o mais famoso deles, o Perito Moreno. Nessa regiao fica o Campo de Hielo Sur, a terceira maior extensao de gelo do planeta, com nada menos que 350 glaciares. O Perito Moreno é um deles e realmente sua beleza impressiona e justifica tanta fama - sao 250 km2 de gelo formado pela neve que escorre das montanhas até o Lago Argentino. É uma maravilha, enfim... É um dos poucos glaciares do mundo que continua estável.
As fotos virao depois, já que neste momento o Marcelo e as crianças estao fazendo o mini-trekking sobre o Perito Moreno, ou Morenao, como dizem os meninos, e o equipamento fotográfico está com eles...

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

TRAÇARAM O CORDEIRO

Ontem nos despedimos da Terra do Fogo, já sentindo saudades... Atravessamos o Estreito de Magalhaes de novo para sair da ilha e dessa vez permanecemos no Chile, tomando o rumo de Puerto Natales, onde dormimos. A cidadezinha simpática, cheia de mochileiros, é a porta de entrada do Parque Nacional Torres del Paine. Há restaurantes bem legais, o que foi ótimo, já que estávamos sem almoço e famintos. A fome era tanta que houve quem devorasse o cordeiro patagônico sem nenhuma, digamos, cerimônia... Insistem eles que era uma ovelha... sei nao...


Agora vamos percorrer o Parque. Com certeza depois teremos fotos lindas para mostrar.




Em tempo: Na travessia do Estreito de Magalhaes, foi descoberta a presenca de um astro do rock, com seu indefectível topete ... sim, Elvis nao morreu ...


Elvis ...

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

NO FIM DO MUNDO


Hoje fomos passear no Parque Nacional Tierra del Fuego e aproveitamos para andar no Trem do Fim do Mundo, que percorre o parque, e que foi utilizado no início do século passado para os trabalhos dos presos que eram enviados ao presídio de Ushuaia, desativado em 1946.

Depois do trem, ainda no Parque, seguimos até a Baía de Lapataia, extremo sul do continente, onde termina a Ruta Nacional nª 3 – daqui em diante, não há como ir de carro mais ao sul ... e, só por isso, amanhã, seguiremos para o norte, rumo ao Parque Torres del Paine, no Chile.

À tarde, conhecemos o Museu do Presídio, passeamos de carro pelas margens do Canal de Beagle, fizemos comprinhas ...